O vírus Ébola foi identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos
simultâneos que ocorreram no Sudão e na República Democrática do Congo. Desde
então têm havido numerosos surtos de pequena dimensão ao longo da África
Central e Oriental, nas proximidades da floresta tropical.
Os sintomas iniciais de uma infecção por vírus Ébola incluem os
sintomas semelhantes aos gripais, como febre, fraqueza e dor muscular.
Contudo, a doença evolui rapidamente para um quadro com agravamento de
sintomas como vómitos, diarreia, falência hepática e renal, e hemorragias
internas e externas.
O vírus pode ser transmitido a partir de outras pessoas ou de animais selvagens
infectados como os morcegos-da-fruta (esta espécie de morcego é apenas
portadora e poderá ser o reservatório natural), os chimpanzés, os gorilas e outros
símios que tenham sido encontrados doentes ou mortos em florestas tropicais.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde os surtos de febre hemorrágica causadas pelo vírus Ébola
têm uma taxa de mortalidade elevada, chegando aos 90%.
A infecção resulta do contacto directo com líquidos orgânicos de doentes (tais
como sangue, urina, fezes ou sémen). A transmissão da doença por via sexual
pode ocorrer até 7 semanas depois da recuperação clínica.
Uma vez que o período de incubação (tempo desde a contaminação até ao aparecimento dos primeiros sintomas) da doença pode durar até 3 semanas, é
provável que novos casos venham ainda a ser identificados.
No entanto, as
medidas de controlo já implementadas naquela região africana, tais como
isolamento, monitorização activa dos casos e vigilância reforçada nas
fronteiras, poderão conter este surto e prevenir a propagação da doença.
O risco para os países europeus é considerado baixo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, as viagens
à região afectada não estão desaconselhadas. No entanto, a Direcção Geral de Saúde, em comunicado
de 20 de Agosto, informa que as “Autoridades Portuguesas, incluindo o
Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo em atenção o princípio da
precaução, aconselham os cidadãos a viajar para aqueles três países [Guiné-Conacri,
Serra-Leoa e Libéria] apenas em caso de absoluta necessidade”.
Apesar de não existir nenhuma vacina ou tratamento disponível, existem diversos
medicamentos em fase de estudo.
“Este é o maior e mais complexo surto de Ébola da História”,
referiu o Director do CDC (EUA), Tom Frieden, num comunicado de imprensa de 31 de Julho, e acrescentou que “levará muitos meses, e não será tarefa fácil, mas o Ébola pode ser travado. Nós sabemos o que é necessário fazer”.
Direcção Geral de Saúde
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