Avançar para o conteúdo principal

Ostomia - Cuidados a ter

OSTOMIA

1. Limpeza

É mais simples e mais importante saber como prevenir os problemas de pele do que tratá-los. Para isso o ostomizado deve estar informado sobre os cuidados a ter, não só com o saco e a frequência com que este deve ser mudado, no caso das ostomias de eliminação, mas também sobre cuidados a ter com a pele.
A limpeza regular dos dispositivos de ostomia de eliminação (colostomia, urostomia e ileostomia) deve ser feita recorrendo apenas a soro fisiológico e compressas, excepto mediante indicação expressa do médico ou enfermeiro. O doente com uma ostomia de eliminação deve ser aconselhado a ter consigo sempre um “kit de emergência”, constituído por uma placa, um saco, compressas e ampolas de soro fisiológico para efectuar uma troca, caso surja a necessidade.
No caso das cânulas de traqueostomia a limpeza deve ser feita com água, sabão líquido neutro e recorrendo a um escovilhão apropriado.

2. Dieta

Nem todos os doentes serão afectados do mesmo modo, no entanto é essencial compreender que estes doentes podem ter uma vida normal. Apostar numa alimentação adequada e equilibrada e com a ingestão de muitos líquidos torna-se um factor essencial nestes doentes, juntamente com alguns conselhos mais específicos. Isto porque existem alimentos que podem causar maior desconforto, que podem aumentar o odor proveniente do estoma, embora existam outros que ajudam a atenuá-lo, e mesmo alguns alimentos que podem dar origem a uma coloração avermelhada dos sacos de ostomias de eliminação.

      a)   Colostomia/Ileostomia

Imediatamente após a colostomia ou ileostomia o doente deve ingerir uma maior quantidade de água, devido a uma possível diminuição da absorção desta no intestino. É ainda de destacar que os doentes com ileostomia devem evitar os frutos secos e, devido ao teor em fibra, as laranja, para qualquer um destes doentes deve ser ingerido como sumo.

         b)   Urostomia

Doentes urostomizados devem beber cerca de 3 litros de líquidos por dia, incluindo bebidas com elevado teor de vitamina C para acidificar a urina e reduzir os depósitos minerais.

         c)  Traqueostomia

Imediatamente após a cirurgia a ingestão de alimentos pode ser um processo complexo, mas, com o tempo o doente pode ter uma alimentação normal. É essencial reforçar a importância da ingestão de líquidos para fluidificar as secreções e prevenir a acumulação de muco. O doente deve manter-se sentado quando come e mastigar bem os alimentos.

3. Diarreia, Obstipação e Medicação

Os doentes com ostomia de eliminação, principalmente ileostomia e colostomia podem sentir-se alarmados quando se deparam com uma situação de obstipação ou diarreia. Sendo um dos profissionais de saúde ao qual existe uma maior acessibilidade, o farmacêutico, pode muitas vezes ser questionado pelos ostomizados e/ou respetivos cuidadores acerca de como lidar com estas situações.
Em primeiro lugar é essencial rever a alimentação e a medicação do doente. No caso da obstipação, por exemplo, um aumento da ingestão de água e fibra pode resolver a situação, antes da necessidade de referenciação ao médico. No caso da diarreia, principalmente no caso da ileostomia, é necessária alguma atenção extra e a ingestão de uma maior quantidade de líquidos.
Alguns medicamentos podem afetar o funcionamento correto dos estomas, e o próprio estoma pode afetar a absorção de alguns medicamentos (ver Tabela 2). Os doentes com ileostomia são os que apresentam maiores variações na absorção pelo devem ser privilegiadas, sempre que possível, fórmulas de dissolução e absorção rápida.

4. Vigilância dos estomas

A vigilância dos estomas é a melhor medida para prevenir complicações e para assegurar que a ostomia é apenas um ponto da vida do doente ostomizado e não o foco. Deve conhecer e ser informado sobre possíveis sinais de alerta e alterações a que deve estar atento, consoante o tipo de estoma que apresenta.
Após a cirurgia o doente ostomizado é confrontado com várias alterações, tanto a nível físico, como psicológico. O papel do farmacêutico deve passar não apenas pelo apoio em todos os pontos referidos, mas também por combater o isolamento destes utentes. É essencial divulgar a existência de Associações como a Associação Portuguesa de Ostomizados, que apoiam e esclarecem dúvidas a farmácias, aos utentes e aos seus familiares e cuidadores.



Anexo - Tabela 1: Guia de Alimentos para Doentes com Colostomia, Urostomia e Ileostomia
Alimentos que produzem gás
Alimentos que produzem odor
Alimentos que podem causar bloqueios no estoma
Alimentos que podem dar uma coloração vermelha ao estoma
Alimentos que podem ajudar a controlar o odor
Álcool
Alcachofra
Banana
Bebidas c/ gás
Brócolos
Carne de Vaca
Cebola
Cogumelos
Couves de Bruxelas
Couve-flor
Espargos
Feijão
Pepino
Ovos
Alho
Brócolos
Cebola
Couves de Bruxelas
Couve-flor
Ovos
Peixe
Pepino
Queijo (alguns)
Aipo
Ananás
Carneiro
Coco
Cogumelos
Milho
Nozes
Pipocas
Uvas
Beterraba
Morangos
Molho de tomate
Salsa
Sumo de arando
Iogurte

Anexo 2 /Tabela 2: Medicamentos e Produtos de Saúde versus  Ostomia
Medicamento/PSBE
Ostomia
Efeito
Laxantes
Ileostomia
Podem causar um desequilíbrio eletrólito e de fluidos. Se possível evitar o uso.
Medicamentos/Produtos que contenham alumínio
Ileostomia
Podem causar obstipação, devido a uma maior perda de líquido via ileostomia. Se possível evitar o uso.
Contracetivos Orais
Ileostomia
Pode ocorrer uma absorção incompleta. Aconselhar um método barreira complementar ou referenciar ao médico para a prescrição de um método hormonal diferente.
Medicamentos/Produtos que contenham magnésio
Colostomia/Ileostomia
Podem causar diarreia, devido a um aumento da retenção de fluidos e diminuição da reabsorção. Se possível evitar o uso.
AINE’s
Colostomia/Ileostomia
Podem causar irritação gástrica e hemorragia. Dar preferência ao uso de paracetamol, sempre que possível.
Produtos com cálcio
Urostomia
Podem formar-se pedras devido a um aumento de cálcio na urina. Se possível evitar o uso.
Expetorantes
Traqueostomia
Podem aumentar a espessura e a deposição de muco. Evitar o uso.



Fontes:

DGS (Normas sobre Indicações Clínicas e Intervenção nas Ostomias )

Dados Associação Portuguesa de Ostomizados
www.apostomizados.pt/
E-mail: informacoes@apostomizados.pt 
Nº telefone: 21 859 6054

Legislação 

Desde, 1 de Abril de 2017, os produtos de ostomia terão uma comparticipação de 100%, ou seja passam a ser gratuitos.
Esta nova legislação permitirá aos ostomizados obter os seus produtos gratuitamente na sua farmácia: 
No entanto, será necessário sempre ter uma receita médica indicando os códigos dos produtos e respetivas quantidades a ser adquiridos, exclusivamente em farmácias.
A Farmácia Vales presta-lhe o apoio para o esclarecimento de quaisquer dúvidas e fornecimento dos produtos que necessita e com a possibilidade de entrega no seu domicilio.
Legislação:

- Portaria n.º 284/2016 de 4 de novembro
- Portaria n.º 92-F/2017 de 3 de março
- Portaria n.º 92-E/2017 de 3 de março
- Despacho n.º 2018/2017 de 9 de março
-Despacho n.º 2019/2017 de 9 de março

Empresas com produtos comercializados ao abrigo desta legislação:
  • www.bbraun.com | B | Braun
  • www.convatec.com | Convatec
  • www.hollister.com | Hollister
  • www.wellandmedical.com | Welland
  • www.coloplast.pt

  • Comentários

    Mensagens populares deste blogue

    Saiba quais são as diferenças entre Alergia e Intolerância alimentar

    Saiba quais são as diferenças entre  Alergia e Intolerância alimentar   A principal diferença entre alergia e intolerância alimentar é o tipo de resposta que o organismo tem quando está em contacto com o alimento. Na alergia há uma resposta imunológica imediata, isto é, o organismo cria anticorpos como se o alimento fosse um agente agressor e por isso os sintomas são generalizados.  Na intolerância alimentar o alimento não é digerido  correctamente  e, dessa forma, os sintomas surgem principalmente no sistema gastro-intestinal. Os principais sintomas que diferenciam a alergia alimentar da intolerância alimentar são: Sintomas de Alergia Alimentar Sintomas de Intolerância Alimentar Urticaria  e vermelhidão na pele Coceira intensa na pele Dificuldade para respirar Inchaço no rosto ou língua Vómitos  e diarreia Dor no estômago Inchaço da barriga Excesso de gases intestinais Sensação de queimação na garganta Vômitos e diarreia

    "Socorro!! O meu filho tem piolhos!!"

    Os piolhos – nome científico, Pediculus humanus capitis – são pequenos insectos parasitas que vivem exclusivamente no couro cabeludo do ser humano. Preferem viver n as zonas mais quentes e escuras do couro cabeludo: atrás das orelhas , nuca , raiz do cabelo . Os piolhos reproduzem-se através de ovos branco-amarelados, que se designam “lêndeas”. Estas lêndeas, fixam-se fortemente à  raiz do cabelo dev ido ao revestimento especial que possuem, de Quitina.  Os piolhos não têm asas (não voam), nem saltam: transmitem-se de pessoa para pessoa por contacto directo (cabeça a cabeça) ou por partilha de bonés, gorros, cachecóis, pentes, almofadas, etc.  Por isso é um problema muito comum nas crianças em idade escolar, atingindo maior incidência entre os 4 e os 6 anos.  Trata-se de um problema que não depende dos hábitos de higiene, classe social, doenças, etc.  Uma das opções mais seguras para se ver livre destes parasitas indesejados é o SETA ®  Natural! SETA® Natural utili

    Bisolviral - Reduz a duração da constipação

    O Bisolviral forma uma barreira protetora na mucosa nasal, impedindo a ligação dos vírus às células, onde se iriam multiplicar e infectar outras células.  Em consequência, reduz a entrada dos vírus da constipação no organismo em 92%. Para mais informações pode ver um vídeo demonstrativo sobre como o Bisolviral Spray actua: Clique aqui para ver