Vitamina D:
o que é e qual a sua importância para o
organismo?
A Vitamina D (vitamina D) foi identificada
há cerca de 90 anos. È chamada de vitamina, mas admite-se que a vitamina
D funcione como uma pro-hormona.
É obtida maioritariamente (90%) por
síntese endógena (cutânea) e numa pequena percentagem provém da ingestão
alimentar (10%).
É essencial para a modelação óssea e para
o equilíbrio do metabolismo do fósforo e do cálcio no organismo humano (nomeadamente
através da regulação da absorção de cálcio ao nível da mucosa intestinal e da
sua excreção renal), No entanto, existem receptores para esta vitamina em
células de quase todos os órgãos, daí que ela seja importante para o normal
funcionamento de muitos sistemas fisiológicos: muscular ,imunológico,
neurológico e cardiovascular.
É particularmente relevante, pela sua
interferência no ciclo celular, o seu papel no processo oncogénico (ocorrência
de cancro).
Há mais do que um tipo de vitamina D?
Efectivamente não existe apenas uma
vitamina D (vitamina D).
A 25-hidroxivitamina D (25OHD ou
calcidiol) é a forma inativa da vitamina D, sendo ativada no rim em
1,25-dihidroxivitamina D (1,25OHD2 ou calcitriol). A vitamina D3 (ou colecalciferol)
e a vitamina D2 (ou ergocalciferol) são as mais importantes.
Quando se pretende avaliar os valores
fisiologicos de vitamina D utilizam-se os níveis sanguíneos da 25OHD, pelo
facto deste biomarcador apresentar concentrações e uma semivida (tempo de
duração na circulação) superior à forma activa, bem como maior sensibilidade a
variações.
Como é obtida?
A vitamina D é conhecida como a “vitamina
do sol”.
A espécie humana está geneticamente
programada para a produzir através da pele, na sequência da sua exposição à
radiação solar UV. Cerca de 90% da vitamina D que o organismo necessita para o
seu bom funcionamento é sintetizado desta forma, sendo os restantes 10%
provenientes de uma alimentação variada e equilibrada.
Por isso é importante avaliar o estilo de
vida na adequação dos níveis de vitamina D, pois uma alimentação variada e
equilibrada, com a ingestão ocasional de alimentos ricos em vitamina D e
acrescida de um estilo de vida activo, com uma exposição solar diária (e
respeitadora dos cuidados relativamente à saúde cutânea) garantirão, num
individuo saudável, a manutenção de níveis adequados de vitamina D.
As necessidades em vitamina D variam em
função da idade?
Sim, as doses recomendadas para ingestão
alimentar diária de vitamina D variam de acordo com a idade.
De uma forma genérica, durante o 1º ano de
vida deve ser realizada suplementação universal na dose recomendada pelo medico pediatra. Dos 1-
70 anos deve ser garantida uma ingestao diária de 600 – 800 UI/dia e a partir
dos 70 anos de 800 UI /dia de preferencia através da alimentação variada e hábitos de vida saudável. Se houver justificação clinica poderá ser feita a suplementação de vitamina D, segundo indicação médica.
E
Quais as consequências de défice de
vitamina D?
As consequências dependerão, em grande
parte, da fase da vida, bem como da duração e da
gravidade do défice de Vitamina D
Assim, se este acontecer durante a
gravidez , ou seja, caso a mulher grávida não apresente adequação dos seus
níveis de vitamina D, o feto terá maior probabilidade de apresentar alterações
de crescimento, haverá maior risco de complicações no parto e poderá existir um
compromisso da massa óssea do recém-nascido com repercussões irreversíveis para
a vida.
Se o défice ocorrer durante a idade
pediátrica, poderá haver compromisso da formação de massa óssea. De acordo com
a gravidade e a duração do défice, este compromisso poderá apresentar
diferentes expressões, desde situações graves e com expressão clinica
(raquitismo) até situações que não são sintomáticas nesta fase da vida mas
apresentam manifestação de doença na idade adulta (osteoporose).
A massa
óssea constrói-se até aos 18 – 20 anos, altura em que esta atinge o seu pico,
pelo que será fácil concluir que a idade pediátrica é o período da vida em que
se deve apostar fortemente na formação de uma boa massa óssea e esta depende,
entre outros, de níveis séricos adequados de vitamina D e de cálcio.
À medida que a idade vai avançando, as
repercussões de um estado deficitário em vitamina D, para além da saúde óssea,
poderão estar associadas a compromisso da saúde mental, cardiovascular,
inflamatória, muscular, ginecológica e neoplásica.
Quais os grupos particularmente
vulneráveis a défice de Vitamina D?
·
Mulheres grávidas
·
Lactentes (1º ano de vida)
·
Crianças ou adolescentes com pouca exposição solar, particularmente durante
os meses de outono e inverno
·
Pessoas de pele escura (necessitam de 3 a 5 vezes mais tempo de exposição
para uma produção semelhante à de um indivíduo de pele clara)
·
Viver em latitudes norte (35 a 45 graus)
·
Idade (observa-se uma redução de 75% da capacidade de síntese após os 70
anos)
·
Uso abusivo de protectores solares, pois interferem com a produção cutânea
de vitamina D. Assim, a sua utilização deve visar a protecção e a redução do
risco de envelhecimento cutâneo e de cancro de pele mas garantindo a síntese
adequada desta vitamina.
·
Indivíduos com obesidade . a vitamina D é liposoluvel, o que significa que pode ficar "armazenada" nas gorduras corporais em vez de desempenhar a sua função de forma eficiente.
·
Indivíduos com doenças renais ou hepáticas, doenças que comprometam a
absorção intestinal de nutrientes, doenças endócrinas que cursem com alterações
hormonais que interfiram com o metabolismo do cálcio e ainda
crianças/adolescentes sujeitos a medicação frequente com anti convulsivantes,
corticóides ou anti-retrovirais.
Quais as recomendações dietéticas?
Deve realizar-se uma dieta variada e
equilibrada, que inclua alimentos ricos em vitamina D, o que significa o
consumo ocasional de peixe gordo (salmão, sardinha, arenque, cavala …), fígado
de peixe, gema de ovo, cogumelos e lácteos (leite, iogurte e queijo). O
reconhecimento da importância da vitamina D no crescimento e na saúde óssea,
levou a que alguns alimentos infantis sejam fortificados, tais como o leite e
as farinhas de cereais e que alguns países da europa suplementem alguns
alimentos para a população em geral (cereais, pão, sumos, margarinas).
Quais as vantagens da suplementação diária
nos diversos grupos etários em que tal se justifica?
A suplementação farmacológica só está
indicada em situações de comprovado défice e deverá estar sempre associada à
mudança do estilo de vida. Em situações de normalidade dos valores séricos não
existem benefícios e poderão existir riscos, caso esta seja realizada.
Importa realçar que
não existe suporte científico suficiente que leve a recomendação para a
suplementação profiláctica (preventiva) com vitamina D na prevenção de
patologias como o cancro, a doença cardiovascular ou a diabetes.
Em que situações pode ocorrer toxicidade
de Vitamina D? Quais os sinais e sintomas?
A toxicidade à vitamina D só ocorre na
dependência da suplementação farmacológica e nunca na sequência da alimentação
ou do estilo de vida (exposição solar).
Em situações que é recomendada a
suplementação, se forem respeitadas as doses recomendadas, não existe risco de
toxicidade. No entanto, a ingestão de doses diárias superiores as recomendações internacionais, resulta em toxicidade.
De
entre os sintomas há a referir a anorexia (falta de apetite), desidratação,
fraqueza muscular, enxaquecas, náuseas, vómitos, poliúria (aumento do débito
diário de urina) e polidipsia (sede).
Como tratar o défice de vitamina D?
O défice de vitamina D trata-se sempre de
2 formas: com mudança dos hábitos de vida e suplementação farmacológica com
vitamina D.
Relativamente aos hábitos de vida estes
devem ter em conta a alimentação bem como a promoção de um estilo de vida
fisicamente activo e o mais ao ar livre possível (salvaguardando as
recomendações relativamente à protecção solar em horas de maior risco cutâneo).
Relativamente à terapêutica farmacológica
(suplementação), qualquer das isoformas de vitamina D pode ser usada no
tratamento (D2 ou D3), sendo o tempo e a dose definidos pelo médico assistente
fonte: www.saudeonline.pt
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