As medidas
comportamentais são reconhecidamente eficazes, quer como medidas iniciais de manutenção
de valores adequados de pressão arterial, quer como adjuvantes no controlo de
doentes já com hipertensão.
As alterações no estilo de
vida, são encaradas como componentes fundamentais para o adequado controlo da pressão
arterial (PA).
Em suma, todas as
medidas comportamentais contribuem também para melhorar os factores de risco
cardiovascular em geral. As principais medidas a
tomar são:
- Restrição salina
- Moderação do consumo de álcool
- Outras alterações dietéticas, como a ingestão de vegetais, de alimentos com baixos teores de gorduras e altos teores de fibras
- Redução do peso
- Exercício físico regular
- Cessação tabágica
- Restrição salina
Admite-se que a
quantidade ideal de sal ingerido num dia num adulto deve ser de 5 ou 6g, mas,
na prática, esta ingestão anda pelos 9 a 12 g.
Nos países
industrializados, uma grande proporção do sódio ingerido é adicionado na produção
de alimentos, no tempero e na confecção de alimentos consumidos fora de casa. O consumo de sódio intrínseco faz-se essencialmente através do consumo de
alimentos como por exemplo os produtos de charcutaria: enchidos, fumados;
produtos instantâneos; cereais de pequeno-almoço, molhos comerciais (ketchup,
molho de soja); alimentos/refeições pré preparadas; conservas (ex. pickles) e
alguns produtos de pastelaria (bolachas, biscoitos e bolos).
Desta forma, aconselha-se
a ingestão de menos sal, evitando quer o sal como condimento adicionado, quer
os alimentos ricos em sal.
Sabia que? Na alimentação
da população portuguesa, o pão e a sopa são dois dos principais contribuintes
do consumo de sal.
- Moderação do consumo de álcool
O consumo de álcool
em pequenas quantidades não terá repercussões na pressão arterial, e poderá até trazer alguns
benefícios cardiovasculares. No entanto, em doses elevadas, o consumo de álcool
está ligado à hipertensão e ao aumento de risco de Acidentes Vasculares Cerebrais.
Os hipertensos
são aconselhados a limitar a sua ingestão alcoólica a 20-30 g/dia, nos homens,
ou 10-20 g/ dia nas mulheres (o limite corresponde a cerca de dois copos de
vinho de mesa por dia para os homens e um para as mulheres).
Bebida
|
Dose
(mL)
|
Teor
de álcool (%)
|
Teor
de álcool (g)
|
Copo
vinho maduro tinto
|
150
|
12
|
14.4
|
Cálice de
vinho do Porto
|
50
|
19
|
7.6
|
Lata ou
garrafa de cerveja
|
330
|
5
|
13.2
|
Imperial
|
200
|
5
|
8
|
Flute de
espumante
|
150
|
12
|
14.4
|
Cálice de
brandy
|
50
|
36
|
14.4
|
Copo de
rum, whisky, vodka
|
50
|
40
|
16
|
- Outras alterações dietéticas
Os
hipertensos deverão ingerir vegetais, alimentos com baixos teores de gorduras, altos teores de fibras.
Recomendam-se os frutos frescos, as proteínas
de origem vegetal bem como a ingestão de peixe
pelo menos duas vezes por semana.
- Redução do peso
A hipertensão tem uma
relação directa com o peso e a diminuição de peso associa-se à diminuição dos
valores da pressão arterial.
Assim, quer nos hipertensos, quer nos normais, aconselha- se a manutenção
de um peso correto, com um IMC da ordem dos 25 e com um perímetro da cintura
<102 cm no homem e 88 cm na mulher.
A perda de peso passa por
uma abordagem multidisciplinar, quer por alterações dietéticas, como pelo exercício
físico regular.
Sabia que? O aumento
da adiposidade central tem especial associação com a elevação da pressão arterial.
Por cada 4,5 cm de aumento na cintura nos homens ou 2,5 cm nas senhoras, a pressão
arterial sistólica aumenta 1 mm Hg.
- Exercício físico regular
Aconselham-se 5 a 7 sessões
semanais de exercício dinâmico aeróbico de intensidade moderada, com a duração
de pelo menos 30 minutos.
O exercício físico
regular, para além de levar à diminuição dos valores da pressão arterial, é benéfico para vários
outros factores de risco cardiovascular, como obesidade e diabetes.
- Cessação tabágica
O tabagismo,
para além de ser um poderoso factor de risco cardiovascular, leva à subida da pressão arterial. A cessação tabágica leva não só a descida da pressão arterial, mas também à
diminuição da doença aterosclerótica nas suas
várias localizações: coração, cérebro e vasos periféricos.
Fonte: Revista Factores de Risco da Sociedade Portuguesa de Cardiologia
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